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Segunda, 25 de Novembro de 2024

Comer muito peixe durante gravidez aumenta risco de obesidade no bebê

17/02/2016

Mulheres grávidas que comem peixe mais de três vezes por semana têm maior risco de dar à luz crianças com perturbações do sistema endócrino. É o que revela uma pesquisa publicada na última segunda-feira (15), nos Estados Unidos.

Os peixes são uma fonte comum de poluentes orgânicos e estão frequentemente expostos a produtos químicos, incluindo, segundo os pesquisadores, desreguladores endócrinos que contribuem para o desenvolvimento da obesidade na infância ou transtornos de crescimento. O trabalho foi publicado no "Journal of the American Medical Association Pediatrics".

Em 2014, a FDA, agência norte-americana que controla os medicamentos, e a EPA (Agência de Proteção Ambiental) alertaram que as mulheres grávidas ou que pretendiam engravidar não consumissem peixe mais de três vezes por semana para limitar a exposição fetal ao mercúrio --metal pesado tóxico para o desenvolvimento do cérebro infantil.

Segundo os pesquisadores desse estudo, não há uma resposta clara sobre a quantidade ideal e os tipos de peixes que podem ser consumidos durante a gravidez e os efeitos no crescimento e desenvolvimento da criança.

Eles analisaram dados de 26.184 mulheres grávidas e seus descendentes na Europa e nos Estados Unidos para examinar a relação entre o consumo de peixe na gestação e o crescimento da criança e o impacto no sobrepeso e obesidade.

As crianças foram acompanhadas até os seis anos de idade. O consumo médio de peixe durante a gravidez variava de acordo com os países de 0,5 vezes por semana na Bélgica para 4,45 vezes em Espanha.

Entre as 8.215 crianças acompanhadas no estudo, 31% experimentaram uma rápida taxa de crescimento desde o nascimento até seu segundo aniversário, enquanto que 4.987 (19,4%) e 3.476 (15,2%) estavam com sobrepeso ou obesas aos quatro e seis anos, respectivamente.

As mulheres que consumiram peixe mais de três vezes por semana durante a gravidez deram à luz maior número de crianças cujo índice de massa corporal era mais elevado aos dois, quatro e seis anos comparativamente do que as que consumiram menos peixe.

"A contaminação dos peixes por poluentes no meio ambiente pode ser uma explicação para os efeitos observados em crianças pequenas entre a quantidade de peixe consumida por suas mães quando estavam grávidas e o aumento do excesso de peso entre as crianças", concluíram os autores.

No entanto, eles apontam que os dados recolhidos e analisados não lhes permitem distinguir entre diferentes tipos de peixe, método de preparação e sua fonte (rio ou mar).