OMS divulga orientações para mulheres preocupadas com a microcefalia
Genebra - O risco de bebês nascerem com microcefalia deixa muitas mulheres preocupadas, especialmente as grávidas ou as que planejam engravidar. Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, muitas informações sobre a situação ainda são desconhecidas.
Mas até as respostas serem encontradas, existem várias maneiras das mulheres se protegerem da infecção pelo zika. A OMS divulgou nesta quarta-feira um informe com dicas importantes.
Apesar dos sintomas de zika serem geralmente fracos, foi observada uma possível associação entre o aumento de casos de pessoas com o vírus e de bebês que nasceram com microcefalia no Brasil.
A microcefalia faz com que o tamanho da cabeça seja menor do que o normal e a OMS informa ser uma "condição rara", afetando apenas um entre milhares de recém-nascidos. Muitos bebês crescem com problemas de desenvolvimento.
A agência da ONU afirma que grávidas ou mulheres que planejam engravidar precisam tomar cuidados extras para evitar a picada do Aedes aegypti.
Relação Sexual
Usar repelentes, roupas que cubram a maior parte do corpo, instalar telas de proteção em portas e janelas e até mesmo dormir sob mosquiteiros estão entre as dicas. Outra ação importante é eliminar a água parada de vasilhas e outros focos de reprodução dos mosquitos.
A OMS confirma que o zika foi encontrado no sêmen e houve um caso de transmissão entre pessoas por meio de relação sexual. Porém, mais evidências são necessárias e por enquanto, todos os homens e mulheres que estão ou que retornam de países afetados pelo vírus devem utilizar preservativos.
Amamentação
Não está sendo recomendada nenhuma restrição de viagem às regiões onde o zika está presente. Mas grávidas ou as que planejam engravidar precisam determinar o nível de risco, se protegendo das picadas, pedindo orientação médica e avisando sobre se tem alguma viagem planejada durante a consulta pré-natal.
Grávidas infectadas pelo zika precisam procurar ajuda médica e a OMS ainda está produzindo mais recomendações para estes casos. É possível que o vírus possa ser transmitido para o feto ou na hora do nascimento, mas isso ainda não foi totalmente comprovado.
O zika também já foi encontrado no leite materno, mas não há nenhuma evidência de transmissão para os bebês durante a amamentação. A OMS lembra que continua valendo a recomendação de fornecer exclusivamente o leite materno durante os primeiros seis meses de vida.
Aborto
A agência da ONU destaca: decidir engravidar ou não é uma decisão pessoal que precisa ser respeitada. Mas a OMS defende que todas as mulheres tenham acesso a métodos anticoncepcionais, caso queiram evitar uma gestação.
Segundo a agência, a maioria das grávidas em regiões afetadas pelo zika vírus vai dar à luz a bebês saudáveis. Mulheres que desejam abortar pelo medo da microcefalia "devem ter acesso a serviços seguros, de acordo com a lei" de cada país.
Em nações onde o aborto é proibido, a Organização Mundial da Saúde pede que as mulheres tenham acesso a informações completas sobre o zika e aconselhamento sobre suas opções.