Mãe denuncia ao MP escola que não aceitou filho autista
A carta direcionada ao Ministério Público Estadual foi redigida pela administradora Naína Dibo Soares, de 33 anos, em setembro, mas só veio à tona nas redes sociais esta semana. A demora está relacionada a dificuldade que ela sentia de tocar no assunto que motivou a redação do documento: o preconceito que o filho dela, autista e com 6 anos, foi vítima na escola em que estudava. Segundo ela, a diretora orientou que o menino fosse matriculado em outra instituição para estudar com outras crianças deficientes.
"Passei por todo esse preconceito com meu filho e fiquei muito mal, não conseguia nem falar no assunto desde que me chamaram e disseram que não aceitariam mais ele no 1º ano e me recomendaram outra escola", desabafa Naína.
Ela conta que o filho, João Victor estudava na escola Paulo Freire desde os dois anos, mesmo assim esse ano ela foi chamada pela direção para não realizar a matrícula do ano que vem.
Segundo Naína, acostumado com os colegas da sala, ele havia apresentado melhoras quanto a questão da socialização, mas ainda não tinha sido alfabetizado. "Pedi um tutor e disse que arcaria com os custos e quando me chamaram na escola pensei que fosse pra falar sobre isso, mas não".
A decisão de recorrer ao MPE, conforme Naína, foi para ajudar outras crianças a não passarem pelo que o filho dela passou.
Naína disse ter sido informada pelo Ministério Público que a diretora havia apresentado defesa, mas o caso ainda está sob análise.
"Tirei meu filho de lá porque não quero que ele seja tolerado, mas aceito e agora ele está em casa, sem estudar", disse.
Ela contou ainda que pretende matricular o garoto em uma escola pública, depois de ter recebido várias indicações.
A reportagem do Portal Correio do Estado tentou entrar contato com a diretora da escola Paulo Freire, mas foi informada que ela não estava na unidade.