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Segunda, 25 de Novembro de 2024

Atendimento de urgência e emergência no Hospital da Mulher é avaliado

04/08/2015

O atendimento obstétrico e ginecológico do Hospital Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará, poderá ser transferido para o Hospital da Mulher, no bairro Demócrito Rocha. A mudança está sendo discutida dentro de uma tentativa de reestruturar a rede de Saúde de Fortaleza e tem como um dos objetivos ampliar os leitos de retaguarda para as Unidades de Pronto Atendimento (Upas). Caso a decisão seja tomada pela Prefeitura, o Hospital da Mulher, após anos desde sua inauguração, pode ter perfil de urgência e emergência.

coordenador de Hospitais e Unidades Especializadas da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Francisco Alencar, destacou que, entre os grupos de especialistas que analisam essa reestruturação, há quem seja contra e a favor da mudança. “Existe a possibilidade de o Hospital da Mulher abrir as portas e, se isso acontecer, a decisão deverá ser acompanhada de outras alterações. Não é uma decisão apenas de gabinete, mas de fazer um redesenho e fazer na prática”, afirmou, ressaltando que nada ainda foi definido.

 

A necessidade atual de Fortaleza, de acordo com Alencar, é potencializar os atendimentos de clínica médica e pediatria, que superlotam as Upas. Se o remanejamento dos atendimentos acontecer, os leitos do hospital poderão ser destinados a suprir essa demanda. O prédio construído com recursos federais atrás do Nossa Senhora da Conceição, planejado inicialmente para ampliar a urgência obstétrica e pediátrica da unidade, também poderá ter seu perfil modificado a partir da atual demanda.

 

Dados apresentados

O gerente-executivo da unidade, Raimundo Paiva dos Santos, disse que os números de atendimentos e procedimentos obstétricos do hospital deverão ser apresentados à SMS hoje, durante reunião. Se a proposta de levar o serviço para o Hospital da Mulher virar realidade, ele acredita que “haverá repercussão em todas as outras unidades” com o mesmo perfil. “Acredito que amanhã sai algo mais concreto, e a secretaria terá mais elementos para voltar e discutir com os servidores e a própria comunidade”, avaliou.

 

A falta de informações e a possível mudança é questionada por alguns profissionais do hospital. Para um dos obstetras, que preferiu não se identificar, o receio é que mais um serviço de assistência materno-infantil seja fechado. “Em 20 anos, já foram fechadas mais de mil vagas de sala de parto. Vários hospitais fecharam. Com a nova proposta de parto natural, aí é que se vai precisar de mais espaços”. O especialista ponderou ainda que a unidade atende a pelo menos 17 bairros, “a maioria de área periférica”.

 

Gente como Erilene da Silva, 16, que deu a luz à filha no último domingo, 2. Moradora de Caucaia, ela chegou ao Nossa Senhora da Conceição após uma negativa no Hospital e Maternidade Santa Terezinha, em seu município. “Eu gostei do atendimento aqui e a sala de parto não estava lotada”, contou. (colaborou Thaís Brito)