Médico se diz 'abalado' após mulher morrer depois de cirurgias estéticas
O advogado do médico cirurgião responsável pelos procedimentos estéticos aplicados na gerente administrativa Daniela Desa Avighi, de 36 anos, que morreu dias depois, conversou com o G1 sobre o episódio. De acordo com Arnaldo Tebecherane Haddad, o profissional está "profundamente abalado" com o caso.
Daniela passou por três procedimentos cirúrgicos em uma clínica de Praia Grande, no litoral de São Paulo, no dia 23 de junho: lipoaspiração, peeling para remover estrias dos glúteos e aumento dos seios com próteses de silicone. Após dias reclamando de dores, ela voltou a ser internada em um hospital de Santos, com infecção generalizada. A vítima morreu no dia 2 de julho.
Haddad explica que seu cliente acompanhou todo o pós-operatório da paciente. "Todos os procedimentos realizados são reconhecidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e correram dentro da normalidade. A Daniela saiu bem do hospital. Existe um procedimento que prevê a alta o mais rápido possível, exatamente para evitar infecções hospitalares. Ela foi orientada adequadamente e, nos dias seguintes, manteve contato com uma das enfermeiras auxiliares do médico. Ela chegou a mencionar as dores, o que é normal após os procedimentos cirúrgicos realizados", explica.
Ainda de acordo com Haddad, no dia 28 de junho, o médico entrou em contato com Daniela, para que voltasse à clínica para uma avaliação. Porém, no dia seguinte, a paciente foi internada com quadro de infecção.
Com relação a uma possível omissão, citada pelo irmão da vítima, Cláudio de Sá Avighi, o advogado afirmou que o fato não procede. "Ele terá que responder judicialmente por tal declaração. Meu cliente era amigo de Daniela e está profundamente abalado com toda a situação. Existem algumas suspeitas do que pode ter provocado sua morte, mas ele só dará explicações em juízo", diz Haddad.
O defensor finaliza explicando que seu cliente ainda não foi acionado pela Justiça nem prestou depoimento à Polícia Civil.
Família pede explicações
O irmão da vítima registrou um Boletim de Ocorrência na tarde de segunda-feira (7) e afirmou que o médico responsável pelos procedimentos "sumiu". O caso está sendo investigado no 1º Distrito Policial (DP) de Praia Grande como lesão corporal culposa seguida de morte.
“Se uma paciente faleceu, talvez por conta da cirurgia que realizou, ele deveria, no mínimo, dar atenção à família, esclarecer os fatos e me receber para mostrar os prontuários médicos. Quais foram as orientações que ele deu? Ele sumiu!”, enfatiza Cláudio.
A Direção do Hospital Canto do Forte, onde a cirurgia foi realizada, afirma que deu todas as condições necessárias para que o médico realizasse os procedimentos cirúrgicos e que a paciente saiu de lá em boas condições de saúde. Já a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica desconhece o procedimento utilizado na paciente, o que não retira a possibilidade do procedimento ser realizada por outros cirurgiões.