Número de mortes de mulheres em decorrência do parto é alto, mostra estudo
A OMS considera aceitável o índice de 20 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos.
O levantamento mostra que, apesar de alto, o índice vem diminuindo timidamente ao longo desses anos. Para o mesmo grupo de referência, por exemplo, morreram 54,6 mulheres em 2009, número reduzido a 53,9 em 2013.
As principais causas de mortalidade em mulheres em idade fértil estão relacionadas a tumores (26,3%), causas externas como acidentes e violência (22,3%) - com acidentes, agressões e suicídio - e doenças do aparelho circulatório (17,5%). Durante o período, também foi identificado aumento nos casos de óbito relacionados a transtornos mentais e comportamentais das mulheres.
Também ficou evidente, como afirmou Ana Julieta, coordenadora de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, que as mulheres negras ainda são as maiores vítimas, representando 75% dos óbitos maternos, superando as diferenças existentes na composição racial da população do DF.
"No DF, e no Brasil como um todo, existe uma correlação entre renda, cor e raça. As mulheres negras tendem a ser mais pobres e, portanto, as mais vulneráveis. As políticas públicas deveriam ter uma focalização maior para reduzir a morte materna dessa população", disse.
Para a chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Mônica Iassanã dos Reis, uma estratégia para contornar o problema do alto número de cesarianas é empoderar a mulher com conhecimento sobre o assunto.
"Que ela possa conhecer os outros tipos de parto que existem, que o corpo dela pode ser capaz de fazer um parto sem intervenção cirúrgica. Uma das ações mais importantes do componente pré-natal está diretamente relacionado à captação da gestante. Fazer com que ela chegue para a primeira consulta pré-natal antes da 12ª semana de gestação", disse.