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Terça, 26 de Novembro de 2024

Mulher de político preso na Venezuela pede solidariedade ao Brasil

08/05/2015

A esposa do líder do partido político venezuelano Vontade Popular, Leopoldo López, detido desde fevereiro do ano passado acusado de ter incitado violência em manifestações contra o governo, pediu nesta quinta-feira (7) que as autoridades brasileiras se solidarizem com a situação dos oposicionistas na Venezuela.

Ela participou junto de Mitzy Capriles, esposa do também lider de oposição preso, Antonio Ledezma, de uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

López e Ledezma estão presos desde fevereiro de 2014 após serem acusados pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de promover protestos contra o regime chavista e conspirarem para a saída de Maduro do cargo.

"Em primeiro lugar, obrigada. Obrigada ao Brasil. [...] Representamos a voz das vítimas venezuelanas, familiares de presos políticos, que são 89, familiares dos assassinados nos protestos do ano passado, de desaparecidos, dos exilados, dos que hoje estão pressionados  pelo regime de Maduro", disse Lilian López, após a audiência pública.

"Hoje esperamos justiça, esperamos liberdade. Esperamos solidariedade da região. A oposição venezuelana está mais unida do que nunca, representamos a voz da unidade democrática. A saída ao desastre que vive a Venezuela deve ser constitucional, pacífica e democrática. [...] Esperamos liberdade e união de Brasil e Venezuela em uma só voz: a voz do respeito aos direitos humanos", continuou.

Durante a audiência, Lilian López e Mitzy Capriles pediram que as autoridades brasileiras e sul-americanas se unam para que se encerre a repressão na Venezuela. Além disso, as ativistas pediram a liberação dos 89 presos políticos.

"[Precisamos] que nos acompanhem, que haja uma observação qualificada internacional nas próximas eleições parlamentares na Venezuela", afirmou Lilian López.

As duas venezuelanas foram convidadas para falar ao Senado brasileiro pelos senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG).

Em discurso no plenário do Senado, o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), lamentou que as esposas dos políticos presos não serão recebidas pela presidente Dilma Rousseff. Após a reunião na comissão do Senado, Lilian López e Mizty Capriles foram recebidas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

"Não posso deixar de trazer uma nota de lamento pela recusa da presidente Dilma Rousseff, do PT, de receber essas mulheres nos dias que antecedem o Dia das Mães, que também será celebrado na Venezuela no próximo domingo. Nem mesmo a condição de gênero fez com que a presidente Dilma Rousseff tivesse sensibilidade para acolher essas mulheres, que trazem na face a marca da coragem, da altivez, da grandeza e os sulcos da dor e do sofrimento", criticou o tucano.