Mulheres com vírus da Aids podem ser vacinadas contra HPV
A partir de agora, mulheres de 9 a 26 anos que vivem com Aids vão poder ser vacinadas contra o HPV, vírus responsável por provocar o câncer do colo do útero.
Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a vacina passou a ser oferecida para essas mulheres porque elas têm cinco vezes mais chances de desenvolver a doença do que a população em geral.
"Há estudos importantes que mostram que mulheres entre 9 e 26 anos, que têm HIV, devem ser vacinadas porque a incidência do câncer do colo do útero entre mulheres que infectadas pelo HIV e pelo HPV, aumenta em mais de cinco vezes. Portanto, há uma recomendação de que meninas de 9 e até mulheres de 24 e 26 anos façam a vacinação contra o HPV para conferir uma proteção adicional ao câncer do colo do útero, até porque a vacina também protege contra essas outras doenças genitais."
A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, explica que as mulheres de 9 a 26 anos que vivem com Aids terão mais qualidade de vida se forem vacinadas contra o HPV.
"Se elas estiverem protegidas contra o HPV, elas não vão ter risco de ter infecções persistentes. Então é no sentido de ampliar melhor qualidade de vida para essas mulheres. Então é uma evolução do programa. Todas as nossas tomadas de decisão são baseadas em evidências. Por isso, a vacina é eficaz também para mulheres até 26 anos."
As mulheres de 9 a 26 anos que vivem com Aids podem ser vacinadas contra o HPV em todos os postos de vacinação, nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais e nos Centros de Atenção Especializado que possuem sala de vacina.
Para receber a dose, basta apresentar no local de vacinação a prescrição médica. Para saber mais, acesse a página do Ministério da Saúde.
Câncer de colo do útero
O câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer que mais mata mulheres no Brasil, atrás apenas do de mama e de brônquios e pulmões. O número de mortes por câncer do colo do útero no País aumentou 28,6% em 10 anos, passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012, de acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Tomar a vacina na adolescência é o primeiro de uma série de cuidados que a mulher deve adotar para a prevenção do HPV e do câncer do colo do útero. No entanto, a imunização não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais.
O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, a cada três anos, após dois exames anuais consecutivos negativos.