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Terça, 26 de Novembro de 2024

Mulheres camponesas se mobilizam em todo o Brasil

09/03/2015

Nesta segunda-feira (9), vários estados amanheceram com a mobilização das mulheres camponesas. As ações fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, em que denunciam o modelo do agronegócio no campo brasileiro e propõem a agroecologia como alternativa ao capital estrangeiro na agricultura.

Cerca de 800 mulheres camponesas, organizadas pela Via Campesina, ocupam a multinacional Bunge, em Luziânia (BR 040- entorno de Brasília). Segundo as mulheres, a Bunge é destas empresas transnacionais que representa o capital estrangeiro na agricultura.

Na Paraíba, mais de 450 mulheres camponesas ocupam o Engenho da Usina Giasa, no município de Pedra de Fogo. O Engenho, atualmente com registro sobre o nome BioSev, pertence a um Grupo Francês cujo um dos donos é o ex-jogador de futebol francês, Zinédine Zidane.

No Goiás, mais de 1500 mulheres do MST, Movimento Camponês Popular (MCP) e da Federação dos trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) ocupam a Secretaria da Fazenda. Elas reivindicam a aprovação da Lei de Fortalecimento da Agricultura Familiar e Camponesa, travada na Casa Civil do estado.

A lei cria um fundo com 0,5% do orçamento anual do Governo do estado para políticas públicas estaduais para a agricultura camponesa.

No Mato Grosso, cerca de 300 mulheres de diversos assentamentos e acampamentos do MST no estado marcham pela cidade de Cáceres. Desde sábado (7), as camponesas estão reunidas no município, onde também realizam estudos. O município de Cáceres foi escolhido por causa da expansão do agronegócio e da mineração, além de inúmeros projetos previstos para a região da bacia do Alto Paraguai, uma das principais formadoras do pantanal.

No Tocantins, mais de 250 mulheres trancam a Rodovia Belém Brasília (BR 153), na cidade de Guaraí.

Em Maceió (AL), as mulheres ocupam desde a noite deste domingo (8) a sede da superintendência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As camponesas denunciam o modelo devastador de produção da cana-de-açúcar e a atual intensificação da plantação de eucalipto no estado.

Na quinta-feira (5) passada, cerca de 1.000 mulheres do MST ocuparam a sede da empresa Suzano/Futura Gene, em Itapetininga (SP), com o objetivo de barrar a votação que liberaria o cultivo de eucalipto transgênico no Brasil. Paralelamente, outras 300 camponeses ocuparam a própria Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), onde estava tendo a reunião que liberaria o eucalipto.