Doenças na pele ocasionadas pelo excesso de sol
No próximo dia 21 de dezembro começará o verão no hemisfério sul. Com a chegada das altas temperaturas a pele necessita de atenção redobrada. A exposição excessiva do sol, além de causar câncer pode desenvolver ou proliferar outras doenças na pele, como melasmas, herpes e queratose actínica.
O melasma é caracterizado por manchas escuras na pele, principalmente no rosto, mas também surgem em outras partes do corpo, que naturalmente pegam mais sol, como os braços. “É uma condição relacionada a distúrbios hormonais como na fase gestacional, climatério e uso de anticoncepcionais e é agravada pela exposição solar. O diagnóstico é feito pelas características clínicas das lesões, muitas vezes sem necessidade de tomadas de biopsias para exame”, comenta a dermatopatologista da Sociedade Brasileira de Patologia, Mírian Nacagami Sotto.
Lesão vermelha escamosa, mais frequente no rosto e em outras partes expostas ao sol são características da queratose actínica. Segunda a Sociedade Brasileira de Demartologia (SBD), entre 40% e 60% dos carcinomas, cânceres, começam por causa de queratoses mal tratadas. “Essa lesão proliferativa, em alguns casos antecede carcinomas (câncer) da pele. Muitas vezes é necessária a biópsia e exames para diagnosticar o grau e a evolução da lesão, principalmente quando invade partes mais profundas da pele”, comenta Mírian.
Câncer – Em 2014 foram previstos 182 mil novos casos do câncer de pele não melanoma, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Há três tipos principais de câncer de pele: o mais comum, o carcinoma basocelular, corresponde aproximadamente a 71,4% dos tumores malignos da pele; o carcinoma espinocelular corresponde a 21,7% dos casos, e o melanoma representa 4% - apesar da menor incidência, este último merece atenção especial.
“O carcinoma basocelular e o espinocelular ocorrem nas áreas de maior exposição solar, relacionados a exposição crônica à radiação ultravioleta. O melanoma cutâneo é relacionado frequentemente à exposição solar esporádica, porém intensa, como passado com eventos de "queimaduras solares" frequentes”, diz a médica. Ainda, segundo ela, o melanoma é uma lesão de comportamento bastante agressivo se não for diagnosticada e tratada precocemente.
Os avanços tecnológicos tornaram-se importante ferramenta para a detecção precoce da doença. A utilização da dermatoscopia, espécie de lente de aumento semelhante à usada para observar o ouvido, aumentou a precisão diagnóstica do melanoma. Recentemente esse método começou a ser utilizado por meio da digitalização das imagens, permitindo o estudo comparativo de lesões num intervalo curto de tempo e um banco de dados comparativo do paciente.
“Outra tecnologia com desenvolvimento constante, ainda timidamente utilizada no Brasil, é o uso da microscopia confocal in vivo, que possibilita, através de raio laser, o exame de lesões com resolução de microscópio. Nesse caso, é possível examinar o paciente com uma alta precisão para indicar se a lesão deve ou não ser retirada”, ressalta o médico patologista Gilles Landman, membro da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).