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Quarta, 27 de Novembro de 2024

Justiça proíbe reportagem sobre Suzane Von Richthofen

26/05/2014

A Justiça proibiu a Rede Globo de exibir uma matéria sobre Suzane Von Richthofen no "Fantástico". Neste domingo, 25, os apresentadores Renata Vasconcellos e Tadeu Schmidt leram um comunicado e informaram a determinação legal expedida pelo juiz Dácio Giraldi, do Tribunal de Justiça da Barra Funda, em São Paulo.

A matéria produzida mostraria a tentativa de Suzane de recorrer a uma prisão mais branda. Ela foi condenada a 39 anos e 6 meses de prisão em presídio de segurança máxima e regime fechado pela participação no assassinato dos pais Manfred e Marisia Von Richthofen, em 2002, ao lado dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos. Na época, Suzane era namorada de Daniel.

Os apresentadores ainda deixaram claro que a Globo irá recorrer, pois acredita se tratar de um caso de liberdade de expressão garantida pela Constituição brasileira.

Abril de 2006

Em 2006, Suzane, que estava em liberdade provisória desde junho de 2005, voltou a ser presa após uma entrevista concedida ao "Fantástico", onde ela confessou envolvimento com o crime e fez uma série de acusações aos irmãos Cravinhos. 

O pedido de prisão foi elaborado pelo promotor Roberto Tardelli que, na sua decisão, afirmou que a liberdade de Suzane colocava em risco a vida de seu irmão Andreas von Richthofen, testemunha do crime.

A entrevista aconteceu em duas partes. Um primeiro contato foi feito no apartamento de Denivaldo Barni, amigo da família e tutor de Suzane, com quem ela morava na época, no Morumbi, em São Paulo. Neste momento, Suzane alegou ter sido induzida ao crime pelo namorado, ser usuária de drogas, além de chorar e declarar que não queria mais falar do assunto.

Em outra gravação, na casa de amigos de Suzane, em Itirapina (SP), a jovem voltou a dizer que não queria lembrar do que tinha acontecido. No entanto, um microfone da emissora captou as orientações do advogado dela, Mário Sérgio de Oliveira, e Barni, mostrando que a entrevista mostraria falsas situações e onde Suzane estaria orientada a falar e dar declarações favoráveis ao seu caso.

Manfred e Marísia von Richthofen foram assassinados no dia 31 de outubro de 2002, quando dormiam em sua casa, no bairro do Brooklin, zona sul de São Paulo. Segundo a versão da polícia e da acusação, Suzane liberou a entrada de Daniel e Cristian na casa. Eles subiram as escadas e entraram no quarto em que o casal dormia.

Os condenados desferiram golpes de barra de ferro contra Manfred e Marísia. Após matarem o casal, os dois cobriram os corpos com uma toalha molhada e sacos plásticos.

Na época, eles chegaram a desarrumar a biblioteca para simular um latrocínio (roubo seguido de morte) e roubar dinheiro e joias do casal.

Ao deixarem o local do crime, Daniel e Suzane seguiram para um motel, enquanto Cristian foi a um hospital visitar um amigo. Depois de algum tempo, Daniel e Suzane foram buscar Andreas, irmão da jovem, que estava em um cibercafé. Ao chegarem em casa, Suzane ligou para a polícia informando do crime.