Os primeiros boletins policiais de ocorrência de 2014 foram de lesão corporal e violência contra a mulher. 

O último BO de 2013 foi um caso de agressão contra uma assistente financeira de 40 anos, atacado pelo marido por volta das 20h45 do dia 31, na casa do casal, no Jardim Tulipas. 

O boletim seguinte, BO 1/2014, foi de uma mulher de 31 anos agredida pelo companheiro na Vila Garcia, Votorantim, nas primeiras horas de ontem (a delegacia da cidade estava fechada e ela veio para Sorocaba). As duas ocorrências são do plantão sul. 

O delegado responsável no momento notou um curioso paralelo e disse que se recordava que o primeiro boletim de ocorrência de 2013 também foi de violência contra a mulher, tão grave que decidiu prender o homem.

O primeiro BO do plantão norte também é um registro de agressão de casal, onde a vítima foi a mulher. Há quase uma semana, uma dona de casa de 30 anos foi atacada por seu companheiro com gasolina e teve parte de seu corpo incendiado na Vila Barão, em Sorocaba. O motivo foi que o motorista E. L. O, 30 anos, não gostou que ela recebesse os parabéns pelo seu aniversário de seu padrasto. Ele foi preso por tentativa de homicídio. A mulher teve a perna queimada e precisou de socorro médico urgente.

No país/ A violência contra a mulher é um problema grave no Brasil. De acordo com informações do IPEA (Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas), entre 2001 e 2011, a cada uma hora e meia uma mulher morreu de forma violenta no país. Foram 5.664 mortes por ano, 472 por mês, 15 por dia. E cerca de 40% de todos os assassinatos de mulheres foram cometidos por um parceiro íntimo. As mulheres jovens são as principais vítimas: 31% estavam na faixa etária de 20 a 29 anos e 23% de 30 a 39 anos. Mais da metade dos óbitos (54%) foram de mulheres de 20 a 39 anos.

 

A maior parte das vítimas tinham baixa escolaridade, 48% daquelas com 15 ou mais anos de idade tinham até 8 anos de estudo.