Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quinta, 28 de Novembro de 2024

Brasileira e filha se refugiam na Embaixada

05/12/2013

Genebra(AE) - Com medo de perder a filha, a pernambucana Vitória Alves Jesumary refugiou-se na semana passada na Embaixada do Brasil em Oslo, com a criança de 3 anos de idade. A menina é procurada pelo serviço de proteção a menores da Noruega para ser levada a um programa de adoção. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil tenta mediar uma solução. 
As autoridades norueguesas optaram por retirar a criança dos pais, depois de um divórcio tenso entre Vitória e o ex-marido, um chileno de nacionalidade norueguesa. Eles brigavam pela guarda da filha. Mas, há poucos meses, o pai aceitou que a criança ficasse com a mãe, que se mudou para a Noruega há três anos.
A questão é que agora são as autoridades norueguesas que vetaram a guarda e pretendem realizar uma troca de família. O argumento seria que o processo de divórcio afetaria o crescimento da menor e o Conselho Tutelar optou por retirar dos pais a guarda da criança. A mãe teria sido declarada como “não qualificada” para se ocupar da criança, enquanto se determinou que o pai está doente.
No início desta semana, a família de Vitória, de 37 anos, entregou uma carta ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP) pedindo uma intervenção no caso. O Itamaraty também está envolvido, assegurando plena assistência à brasileira, autorizando que ela se refugie na embaixada e buscando uma solução negociada com as autoridades. 
O caso ganhou contornos dramáticos quando as autoridades foram até a casa do pai buscar a criança. Orientado pela brasileira, que estava na embaixada em Oslo para pedir auxílio às autoridades brasileiras, ele a levou diretamente para o local. Ali, a criança não poderia ser levada pelas autoridades. 
Líderes de igrejas brasileiras em Oslo e amigos de Vitória programam uma passeata na capital norueguesa para o próximo sábado. O trajeto seria até o Parlamento, justamente para pressionar contra a decisão do Conselho Tutelar.  Com base nas leis brasileiras, eles entendem que a mãe tem direito à guarda, por ser melhor, do ponto de vista emocional, para a criança.