Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 22 de Novembro de 2024

Radar antineblina de R$ 9 mi está inoperante em Cumbica

02/07/2012

 

Um sistema de sinalização que poderia evitar fechamentos constantes do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Garulhos (Grande São Paulo), no inverno por causa das más condições do tempo está instalado desde janeiro, mas ainda não funciona na prática.
 
A previsão inicial era que estivesse em operação em maio. Mas falta ainda autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
 
O Sistema de Pouso por Instrumentos (ILS, na sigla em inglês) categoria III-A permite pousos e decolagens seguros, auxiliados por instrumentos em caso de visibilidade mais próxima a zero, aos pilotos e aeronaves certificados para usar esses equipamentos.
 
Segundo a Infraero (estatal que gerencia os aeroportos brasileiros), a implantação custou R$ 8,9 milhões.
 
A maior parte do dinheiro, R$ 8 milhões, foi gasta para a compra de um novo radar de superfície.
 
O radar é capaz de, mesmo sob forte nevoeiro, captar veículos e outros objetos na pista --requisito essencial para a liberação do ILS nesta categoria.
 
POUSO SEGURO
 
Com o novo sistema, os pilotos podem ter um pouso considerado seguro quando há contato visual com a iluminação da pista a uma distância de 175 m. No sistema atual, o pouso só pode acontecer quando o piloto conseguir ver a iluminação de uma distância de no mínimo 350 m.
 
Além do novo equipamento, foram feitas atualizações nos sistemas de sinalização e radiotelecomunicação do ILS categoria II, que já funcionava em Guarulhos.
 
Mas a Anac não homologou o sistema na categoria III-A, o que impede que ele seja usado. A agência informou que ele ainda não está completo, sem revelar quais são os problemas.
 
A Folha apurou que a Anac não considerou a nova iluminação feita pela Infraero adequada para essa categoria de pouso por instrumentos.
 
PRIMEIRO
 
Cumbica seria o primeiro aeroporto do país com esse sistema de sinalização. A compra do mesmo sistema para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio, está em licitação pela Infraero.
 
No ano passado, Cumbica ficou 40 horas fechado, sendo 26 horas em junho e julho, por causa do mau tempo.
 
Foi um número mais de 30% superior ao de 2010, quando Cumbica ficou fechado por 29 horas e 30 minutos. Nos meses críticos, foram 18 horas inoperante. Os números de junho de 2012 ainda não estão finalizados pela estatal.