Em que pé anda o processo de pintura das aeronaves de Gol e Latam?
O ano de 2015 ficou marcado por duas grandes mudanças (ou ao menos pelo início delas) na aviação comercial brasileira. De um lado, a Gol anunciava sua logomarca e, consequentemente, a pintura de toda a frota de aeronaves. Do outro, a então fusão entre a brasileira Tam e a sul-americana Lan, criando assim a marca Latam que conhecemos hoje, chegando com uma nova paleta de cores e uma pintura bem diferente do vermelho clássico.
Cerca de cinco anos depois, o MERCADO & EVENTOS entrou em contato com as companhias aéreas para saber em que pé anda o processo de pintura de todas as aeronaves de suas respectivas frotas. Quantas já foram pintadas? Quando acabará todo este demorado processo? E mais detalhes sobre o investimento de ambas
GOL já pintou 73% da frota
A Gol, por exemplo, além de ter que pintar todas as aeronaves, ainda teve que lidar com uma pequena modificação da logomarca em 2018, três anos depois do lançamento oficial, para evitar confusão com o mercado internacional, o que fez com que as aeronaves que já tinham sido pintadas, fossem obrigadas a voltar ao centro de manutenção para a realização do mesmo trabalho. Na época, o nome “Gol” estava soando lá fora como “Gool” por conta da pintura.
Sendo assim, após cerca de dois anos da atualização da logomarca Gol (em definitivo), cerca de 73% da frota (88 aeronaves) já está com a nova característica de identidade. O processo foi acelerado por causa da pandemia, já que uma série de aeronaves estava disponível por um período maior. Por outro lado, todos os novos aviões já chegam com a última versão da pintura, assim como uma série de novas características que reforça e amplia a consistência da experiência de marca.
O processo foi acelerado por causa da pandemia, já que uma série de aeronaves estava disponível por um período maior
“A mudança na logomarca de uma companhia aérea como a Gol, que possui uma frota grande e em utilização constante, presente em todo o Brasil e em países da América Latina e dos EUA, exige um planejamento multidisciplinar. O cuidado é definir como a logo será alterada em todos os pontos de contato. Em 2018, quando a companhia fez a mais recente evolução visual, tivemos que considerar a atualização em nossas aproximadamente 120 aeronaves”, destacou a empresa.
Ainda segundo a Gol, foi criado um cronograma extenso, considerando as já agendadas manutenções preventivas (conhecidas como “check C”) que param a aeronave por alguns dias, para não afetar a operação regular da companhia. “Como a atualização foi apenas na logomarca (e não na cauda e nos winglets), o tempo médio de pintura foi de 3 dias, considerando as diferentes camadas de tinta que são necessárias para criar o logo”, informou.
As cores das tintas aeronáuticas que são aplicadas na fuselagem e que precisam criar o mesmo efeito visual que o logo transmite em outros pontos de contato – tons de laranja e tons de cinza; as dimensões que ele ocupa na fuselagem (para que o logo seja visível e compreensível em longa distância); e a convivência que ele tem com as outras comunicações que estão no livery (área disponível para pintura) da aeronave foram pensadas em cada passo do processo.
Na Gol Aerotech, unidade de negócios especializada em manutenção, reparos, revisões de aeronaves e componentes, em Belo Horizonte, as equipes de marketing em conjunto com a equipe de pintura, foi decidido um tom de laranja muito próximo ao pantone e dois tons de cinza. “Escolhemos dois tons de cinza porque o da cauda da aeronave tem um contraste, enquanto o que está junto à logomarca tem outro. Tudo isso pensado para reproduzir a mesma sensação que temos em outros canais”.
LATAM
A Lan Airlines e a Tam S.A. concluíram a união das duas empresas dando origem ao Latam Airlines Group S.A em 2012. Na época, as duas companhias continuaram operando com as suas marcas atuais e a nova holding contava com voos para cerca de 150 destinos em 22 países e transportava cargas para 169 destinos em 27 países. Somente três anos depois que a Latam lancou sua nova marca, mais precisamente no primeiro trimestre de 2015.
Na época, Enrique Cueto, CEO do Grupo Latam Airlines, afirmava que “a criação deste grupo de companhias aéreas é uma oportunidade para levar a América do Sul ao mundo e permitirá nos posicionarmos para poder operar em um cenário cada vez mais competitivo, produto da contínua consolidação do setor aéreo mundial”, disse.
E hoje, cerca de cinco anos depois, o Grupo Latam Airlines já conta com 209 aeronaves com o novo livery (67% do total). No caso da Latam Airlines Brasil, 114 aeronaves já estão com o novo livery (77% do total).