Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 29 de Novembro de 2024

Azul voará sem concorrência de Gol e Latam em Congonhas durante um mês

21/07/2020

ATR-Azul-Congonhas

Companhia operará com o ATR 72, que permite pousos e decolagens na pista auxiliar (Divulgação/Azul)

Após ficar mais de um mês sem receber voos comerciais, entre abril e maio, por conta da pandemia de Covid-19, o Aeroporto de Congonhas sofrerá outro corte na oferta, agora devido as restrições operacionais.As obras na pista principal, entre 5 de agosto e 5 de setembro, serão responsáveis por transferir voos de Gol e Latam para Guarulhos e deixar a Azul como a única entre as principais companhias do País a operar no terminal.

Esta restrição para Gol e Latam ocorre devido às limitações da pista auxiliar de Congonhas, que será utilizada no período. Pelo seu tamanho menor, a área não está certificada para receber aeronaves turbo a jato, como o Boeing 737 e os Airbus A319 e A320, modelos utilizados por Gol e Latam no terminal. No entanto, aeronaves turboélice, como o ATR 72, podem ser utilizadas

A Azul é a única das três a contar o ATR em sua frota e já anunciou a operacao de 17 voos diarios no periodo, com ligações para Curitiba, Belo Horizonte (Confins) e Santos Dumont. Apesar de não contar com as duas principais concorrentes no terminal, a Azul terá a companhia da VoePass na ponte aérea, que anunciou na manhã desta terça-feira (21) duas frequências semanais na rota.

VoePass

Com slots (horários de pouso e decolagem) e uma frota de ATRs, a VoePass irá operar trechos a partir da pista auxiliar ligando São Paulo ao Rio de Janeiro/SDU e também a Ribeirão Preto (SP). Uma análise técnica foi realizada pela companhia e aprovada pela Anac para adequar as operações na pista auxiliar de Congonhas, tornando-a compatível aos modelos de aeronave ATR 72 que serão utilizados pela companhia.

Anac mostra que a companhia tem voos programados para o interior de São Paulo (Araçatuba e Ribeirão Preto), de Minas Gerais (Três Lagoas e Uberaba), e Rio de Janeiro (Macaé e Campos dos Goytacazes), além de Ponta Grossa (PR), Teixeira de Freitas (BA) e Dourados (MS). Rotas que a Azul não irá operar a partir de Congonhas.

No entanto, o site da VoePass mostra somente Ribeirão Preto como destino com voos disponíveis a partir de Congonhas no período, conforme pesquisas realizadas na noite da última segunda-feira (20). A inclusão de mais destinos na malha da VoePass no terminal poderia ser uma alternativa para Gol, parceira de codeshare, manter a venda de bilhetes para Congonhas durante as obras. A Latam também conta com acordos de codeshare com a VoePass e agora com a Azul. A parceria com a Azul, no entanto, não engloba o Aeroporto de Congonhas.

ATUALIZAÇÃO – A VoePass atualizou informações sobre sua operação em Congonhas após a publicação desta reportagem. A companhia retomara ao terminal em agosto, com rotas para o Santos Dumont e para Ribeirao Preto. Na ponte aérea, as frequências serão diárias, saindo de São Paulo em dois horários: às 08h50 e 16h com chegada no Rio de Janeiro às 10h20 e 17h30. Na rota contrária as decolagens acontecem às 10h50 e 18h do Rio de Janeiro com chegada à capital paulista às 12h20 e 19h30. Já para Ribeirão Preto os voos de ida para Congonhas acontecem diariamente às 07h com retorno às 20h10.

Nova interrupção

Saguão-congonhas

Saguão de Congonhas vazio. Cenário que se repetiu entre os meses de abril e maio

Com a implantação da malha aérea essencial, estabelecida pelas companhias aéreas em março, o Aeroporto de Congonhas parou de receber voos comerciais em 13 de abril, sendo utilizado apenas para estacionamento e manutencao de aeronaves, além de táxi aéreo.

O terminal voltou a ter voos comerciais em de maio, com Latam e Gol, e em junho com a Azul. Em julho, Congonhas passou a contar com cerca de 52 operações diárias (26 pousos e 26 decolagens). Esse número deve cair para 32, caso só a Azul opere durante as obras, ou 34, incluindo um pouso e uma decolagem da VoePass na rota para Ribeirão Preto.

Número de voos

O Aeroporto de Congonhas permite a operação de aeronaves de baixo desempenho, categoria na qual se enquadra o ATR, desde que sejam respeitados o limite de frequências por hora. Pela declaração de capacidade da atual temporada, que vai até outubro, estão permitidos dois slots por hora para aeronaves desta categoria.

No entanto, este número foi definido com o objetivo de não prejudicar as operações da pista principal. A Infraero informou que esta capacidade está sendo revisada pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea da Aeronáutica (CGNA) para o período de obras. Com isso, o número de pousos e decolagens permitidos devem aumentar.