Açoreana SATA pediu auxílio ao Estado português no valor de 163 ME
A companhia aérea açoreana SATA solicitou um auxílio ao Estado português de 163 milhões de euros para “prover as necessidades de liquidez” até ao final deste ano, porque as medidas para “debelar os impactos da pandemia são insuficientes”, anunciou hoje a empresa.
“As medidas implementadas no Grupo SATA para debelar os impactos da pandemia são, contudo, insuficientes para colmatar as necessidades de tesouraria que o Grupo enfrenta, sendo necessária uma intervenção pública por parte do Governo da República. Nesse contexto, foi solicitada a concessão de um apoio no montante de cerca de EUR 163 M, destinado a prover as necessidades de liquidez até ao final do corrente ano de 2020. Este apoio é a garantia para que o Grupo SATA possa obter financiamento bancário”, lê-se numa nota enviada às redações.
De acordo com a companhia aérea açoriana, as “necessidades” que foram “identificadas e estimadas” pela empresa “concentram-se em três áreas”, nomeadamente “deficit de exploração resultante da queda abrupta da procura, pagamento de dívida vencida a fornecedores e amortização das linhas de financiamento bancário anteriormente contratadas e já em situação pós-moratória”.
A companhia aérea pública frisa, no entanto, que o valor “pode ser reavaliado em função da evolução do surto de covid-19” e de “eventuais exigências ao Plano de Desenvolvimento”, e frisou que “este processo permitirá ultrapassar esta fase difícil e implementar, de seguida, as iniciativas para desenvolver todo o potencial do Grupo SATA”.
Na mesma nota, o conselho de administração adianta que “remeteu uma comunicação ao Governo Regional”, acionista único da empresa, a “dar conta, na forma do Plano de Desenvolvimento 20-25, do potencial do Grupo SATA”.
O novo conselho de administração da transportadora açoriana, que tomou posse em janeiro, comprometeu-se a apresentar um plano estratégico e de negócios até ao final do primeiro trimestre do ano, mas a pandemia da covid-19 obrigou a uma reavaliação do documento.
“Este processo foi iniciado em 2020 pelo atual Conselho de Administração, com o objetivo de definir linhas de atuação operacionais, por forma a potenciar receita e a otimizar custos”, salienta a companhia aérea, dizendo que a pandemia e “as consequentes medidas restritivas impostas ao setor da aviação com o intuito de conter a proliferação” do novo coronavírus “determinaram uma suspensão generalizada das atividades de aviação, condicionando o seu processo de transformação”.
A SATA vinca que “o contexto provocado pela pandemia teve um impacto muito significativo” e, devido à “paragem quase total da atividade, foram implementadas todas as medidas possíveis ao dispor da gestão, num cenário em que a preservação da empregabilidade era fundamental”.
“Entretanto, dada a situação financeira difícil em que Grupo empresarial se encontra (fortemente agravada pelo impacto negativo da pandemia de covid-19) e para permitir a sua operacionalização, são necessárias medidas públicas de apoio no prazo imediato, em linha com a generalidade das companhias aéreas na Europa”, sublinha ainda a SATA.