Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sexta, 29 de Novembro de 2024

Portugal volta a nacionalizar a companhia aérea TAP

03/07/2020

O governo de Portugal anunciou na quinta-feira que está assumindo o controle da companhia aérea TAP para impedir que ela sucumba à crise causada pela nova pandemia do coronavírus.

O governo investirá 55 milhões de euros para aumentar sua participação no capital da TAP de 50% para 72,5%, anunciou o ministro das Finanças, João Leão, em entrevista coletiva citada pelo site da televisão TSF.

"A atividade da TAP é de enorme importância estratégica para o país", destacou o ministro, segundo a TSF, explicando que o governo interveio "para evitar o colapso da empresa".

Os confinamentos impostos para combater a epidemia afetaram diretamente a aviação comercial.

Os governos europeus intervêm massivamente para evitar a falência de grandes grupos, como a Lufthansa e a Air France.

Após longas negociações com acionistas privados, o governo chegou a um acordo que permite que o principal deles, o americano David Neeleman, se retire.

Seu parceiro português Humberto Pedrosa terá 22,5% das ações e os funcionários do grupo ficarão com 5%.

O presidente executivo do grupo, Antonoaldo Neves, nomeado por David Neeleman, será substituído "imediatamente", acrescentou o ministro da Infraestrutura, Pedro Nuno Santos, citado pela agência de imprensa portuguesa Lusa. Ele não anunciou um sucessor.

A empresa foi privatizada em 2015 até 61% das ações, mas no ano seguinte o Estado Português aumentou sua participação para 50% do capital.

O consórcio Atlantic Gateway, de Neeleman e Pedrosa, possuía 45%.

A companhia aérea desempenha um papel essencial no setor do turismo, um dos motores da economia portuguesa.

"Quase 90% dos nossos turistas chegam de avião, metade pela TAP", recordou o ministro da Infraestrutura na terça-feira, enfatizando que "seria um desastre econômico perdê-la".

O governo propôs um empréstimo de até 1,2 bilhão de euros (1,35 bilhão de dólares) a acionistas para resgatar o grupo, mas o conselho de administração rejeitou as condições, segundo Santos.

As companhias aéreas podem sofrer mais de 84 bilhões de dólares em perdas líquidas em 2020 e outros 15 bilhões em 2021 devido à pandemia de coronavírus, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata).