Wall St tropeça diante de coronavírus; preocupações econômicas pesam
Os mercados de ações dos Estados Unidos amargaram nesta segunda-feira o pior dia em mais de três meses, depois que a China estendeu o feriado do Ano Novo Lunar devido a um surto de vírus, alimentando preocupações com o impacto econômico dos esforços de contenção na segunda maior economia do mundo.
O Dow e o S&P tiveram as maiores quedas percentuais diárias desde 2 de outubro, enquanto o recuo do Nasdaq foi o mais acentuado desde 23 de agosto. O índice de volatilidade da CBOE, indicador do nível de temor entre os investidores, avançou para sua máxima desde 10 de outubro.
Na semana passada, o S&P 500 já havia registrado a pior performance semanal desde setembro, após a China isolar diversas cidades e restringir viagens, fazendo com que investidores recordassem do surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês) de 2002/03, que matou quase 800 pessoas e custou bilhões à economia global.
Ainda assim, alguns investidores veem o impacto econômico de longo prazo como restrito, considerando experiências anteriores com surtos virais.
"Toda essa situação é muito exagerada", disse Stephen Massocca, vice-presidente sênior da Wedbush Securities em San Francisco.
"Me parece que os chineses estão fazendo um trabalho de contenção muito melhor do que o que foi feito com a Sars. E no fim das contas, ao que a Sars levou? Levou a algum tipo de catástrofe econômica? Não."
Papéis relacionados às viagens, como os de companhias aéreas, cassinos e hotéis, estiveram entre os mais afetados em Wall Street, enquanto as ações de setores expostos ao crescimento chinês --incluindo tecnologia, materiais básicos e energia-- pressionaram os mercados.
A pressão negativa foi acentuada pelo início fraco da temporada de balanços.