Companhias aéreas do Caribe são contra acordo com os EUA
Acordo de céus abertos pode gerar grande concorrência para a entrante local Arajet, que começa a voar este mês - Divulgação
Uma associação de companhias aéreas da República Dominicana, no Caribe, se manifestou contra uma iniciativa do governo local de fechar um acordo de céus abertos com os Estados Unidos, sob alegação de que as empresas de ambos os países se desenvolvem em contextos completamente desproporcionais.
Segundo a Associação Dominicana de Linhas Aéreas (Adla), há o risco do setor aéreo local ser extinto, caso a ideia seja levada adiante. “A assinatura deste acordo significaria a minimização da intervenção governamental na designação de rotas, quase o único recurso que protege as companhias aéreas dominicanas, permitindo-lhes manter uma quota nos mercados que lhes pertencem por natureza e onde as condições para competir são mais favoráveis do que as que existem em comparação com os Estados Unidos”, segundo Omar Chahin Lama, presidente da Adla, em comunicado.
Um exemplo fornecido por Omar foi a pandemia de covid-19, quando as companhias aéreas norte-americanas receberam aportes bilionários da Casa Branca, enquanto as do país caribenho continuaram a pagar impostos, mesmo estando praticamente ociosas durante meses.
Por outro lado, o governo do país defende o acordo, alegando que ele visa aumentar as operações aéreas de companhias aéreas nacionais e estrangeiras sem limites de frequência e capacidade, sem explicar o que será feito para defender o mercado local.
O imbróglio acontece dias antes da nova companhia aérea de baixo custo (low cost) Arajet, com sede em Santo Domingo (SDQ), iniciar suas operações no país, com voos para 13 destinos, conforme AERO Magazine informou. Caso o acordo saia do papel, a concorrência para a entrante será bastante acirrada.