Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Domingo, 24 de Novembro de 2024

Sindicato dos Pilotos de Aviação Civil denuncia “milhões de erros” de gestão da TAP em 2022

10/08/2022

leitor_611f6c46dbaa4_tap_9

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) voltou a alertar em comunicado esta quarta-feira, 10 de agosto para os vários de erros de gestão da TAP que têm custado “milhões de euros” à companhia aérea portuguesa e que estão a ser pagos através dos impostos dos contribuintes.

“Erros que desperdiçam as receitas geradas este verão, fruto de uma elevada atividade operacional, que comprometem a recuperação e o futuro da empresa, bem como o esforço dos contribuintes portugueses, dos quais os pilotos e restantes trabalhadores da TAP fazem parte, e que foram chamados para financiar 3,2 mil milhões de euros, dos seus impostos, para recuperar a transportadora nacional”, pode ler-se no comunicado.

Relembra a SPAC que a TAP em 2018 pagou 200 milhões de euros em contratações externas de companhias aéreas para realizar os seus voos por não ter ainda aviões e pilotos para realizar os voos que tinha vendido. “Em 2022, depois de ter dispensado aviões e pilotos, a TAP quase triplicou a contratação externa com contratos de ACMI a várias companhias aéreas, algumas com sede em paraísos fiscais. As contas deste ano vão refletir a profundidade desta ação com bastante mais que os 200 milhões de euros pagos em 2018”, indica o documento.

Outro dos erros que custaram milhões à TAP apontados pela SPAC são os 55 milhões que a transportadora gastou em indemnizações a passageiros em 2018. “Um valor que poderia ser considerado incrível, não fosse em julho de 2022 terem sido cancelados quase 500 voos da TAP. Ou seja, em apenas um mês, mais do que o total de voos cancelados em 2018. Juntando os valores de indemnizações a pagar pela empresa nos restantes 11 meses do ano, o valor de 55 milhões de 2018 irá seguramente ser superado em 2022”, salienta a SPAC.

A juntar a isto, estão os prejuízos superiores a 21 milhões de euros pelo facto dos dois aviões A330 “convertidos” em cargueiros estarem parados. “Assumido o falhanço da conversão, serão agora reconvertidos para aviões de passageiros, com o inerente custo adicional de material, mão de obra especializada e homologações, com custos que representam mais alguns milhões de euros perdidos, neste processo inútil de converte/desconverte”, salienta a SPAC.

A finalizar, o sindicato deixa o aviso para os gastos com os trabalhos de manutenção, pagos agora a empresas que contrataram os técnicos despedidos pela TAP em 2020 e os gastos desnecessários com a mudança da sede da empresa do Aeroporto de Lisboa para o Parque das Nações.

“Valores que a Gestão não divulga, a Tutela não vigia e os Contribuintes portugueses pagam.  Valores que podem somar centenas de milhões de euros, apenas em 2022, enquanto a TAP afunda”, conclui a SPAC.