Exame: as passagens da Viva são mesmo mais baratas?
Companhia aérea começou a operar prometendo preços de 25% a 40% mais baratos do que as aéreas tradicionais
A ultra low cost colombiana Viva começou a operar no país prometendo passagens aéreas de 25% a 40% mais baratas do que as das companhias aéreas tradicionais. Contudo, consegue ter preços, em média, até 18% mais baratos do que o de outras companhias. É o que aponta um levantamento do comparador de passagens aéreas Viajala.
Neste mês, a colombiana está mais competitiva na rota entre São Paulo e Cancún, na qual fica em média 18% abaixo do preço de outras companhias. Em voos para Cartagena e Cidade do México, os bilhetes da Viva são em média 15% mais baratos, enquanto para Orlando são 12% mais em conta.
Contudo, para Punta Cana os bilhetes são apenas 7% mais baratos do que o cobrado por outras linhas aéreas. A única rota na qual seus bilhetes não são mais baratos é para Miami, para onde cobra bilhetes 3% mais caros do que a média.
Mas essa diferença já foi maior. A companhia está vendendo bilhetes entre São Paulo e as rotas mencionadas desde fevereiro. Naquele momento, os preços chegaram a ser 16,7% mais baratos.
A maior variação foi registrada na rota entre São Paulo e Orlando. Enquanto a Viva cobrava R$ 1.089 pelos bilhetes, as concorrentes cobravam R$ 2,9 mil. Para Cartagena, os preços ficavam 60% abaixo da média das outras companhias.
Na visão de Thomas Allier, CEO do Viajala, os preços da Viva são realmente mais baixos. O problema, aponta, é que a concorrência no segmento low cost aumentou. “Agora tanto a Avianca como a Latam tem tarifas que incluem apenas o assento e uma mala de mão. Além disso, a competição se adequa à nova oferta e começa a oferecer preços melhores”.
O modelo da Viva não é novo. Contudo, é uma novidade ter uma low cost que realiza voos do Brasil para o Caribe e os Estados Unidos, explica Allier. “É um risco fazer voos tão longos em um assento pequeno. A Ryanair, na Europa, faz voos de, no máximo, 4 horas. Estamos falando de voos de 10 horas com conexão na Colômbia. Mas a Viva acredita que existem pessoas que abrem mão de comodidade para voar mais barato”.
Além disso, alerta, quem vai para a Flórida costuma voltar com mais bagagem e pode ter surpresas. “O preço para bagagem adicional pode sair muito caro, e não compensar o bilhete mais em conta. É necessário calcular e verificar se vale a pena”.
Os planos da Viva
Todos os voos passam antes por Medellín, na Colômbia. A conexão, garantem os executivos da Viva, dura menos de uma hora. A companhia aérea terá capacidade para transportar 188 passageiros por voo. Inicialmente, a Viva irá operar três voos por semana no país, às terças, quintas e domingos, com saídas do Aeroporto Internacional de São Paulo.
Félix Antelo, presidente e CEO da Viva, disse que o objetivo é ter voos diários dentro de um ano. São basicamente três os motivos que fazem com que a companhia aérea consiga reduzir seus custos, segundo Antelo: tarifas personalizadas, vendas online e frota de modelo único.
As tarifas básicas da Viva permitem que cada passageiro leve apenas uma bagagem de mão. Todo serviço é cobrado adicionalmente. Caso sejam contratados no aeroporto, seus custos podem subir, no mínimo, 50%. Além disso, os bilhetes são vendidos majoritariamente pela internet, o que também ajuda a reduzir custos.
A frota da Viva é composta apenas por um tipo de aeronave, o modelo A320neo, da Airbus, com no máximo dois anos de funcionamento. Isso reduz custos com treinamentos e equipamentos. Ainda que o uso de cada aeronave seja maximizado na operação, ele é compensado por essas eficiências.