Oferta de Assentos deve crescer 21% em dezembro
30/10/2021
O mês de dezembro será o melhor do ano para a malha aérea do Rio Grande do Norte, igualando-se a patamares da pré-pandemia de covid-19, segundo dados divulgados no Boletim de Inteligência da Emprotur (Empresa Potiguar de Promoção Turística). Para o último mês deste ano a expectativa é de 1.688 voos, o que inclui embarques e desembarques, com 287 mil assentos disponíveis - geralmente a taxa de ocupação é de 92% (o que significaria 264 mil passageiros efetivos).
Os dados da Emprotur apontam para uma expectativa de crescimento da ordem de 21% na oferta de assentos no compartivo com o mês de dezembro de 2019. Naquele ano, antes da pandemia, 1.735 voos diários e 237 mil passageiros chegaram ao Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves. A previsão para dezembro deste ano é de 27 chegadas diárias, 4% a menos do que o registrado em 2019 (28).
Segundo o Gerente de Inteligência e Bussiness da Emprotur, Leonardo Seabra, o aumento de assentos e de chegadas aéreas em dezembro deste ano, no comparativo com os dois meses anteriores (novembro e outubro) deve-se a uma recuperação que acontece no Estado desde julho de 2021. “Estamos nos aproximando do patamar de 90% do que era 2019. A aposta é que dentro das condições normais, como observamos nas companhias aéreas, as demandas pelas malhas aéreas cresçam de mês a mês. A expectativa é que esse período seja um dos melhores meses”, analisou Leonardo Seabra.
Ele diz que o fato é um alento para a economia turística do Estado depois de um ano fraco em 2020, por conta da pandemia do novo coronavírus, e um primeiro semestre complicado de embarques e desembarques devido à segunda onda do vírus.
Leonardo Seabra explicou que apesar dos números mostrarem uma tendência otimista com a melhora da condição sanitária, bem como da vacinação, no entanto, em relação aos anos anteriores, não houve uma retomada maior. O número de rotas está 15% abaixo do patamar de 2019.
“Em fluxo, nós percebemos que vai alcançar patamares próximos de 2019. O que já é muito bom. É melhor manter os pés nos chão, porque o cenário é preocupante, tem muitas variáveis econômicas, estruturais, como inflação alta, que acaba pesando em tudo que tem haver com o consumo”, comentou o gerente. As origens que mais cresceram foram Florianópolis, Manaus e Cuiabá.
Diante dessa conjuntura econômica e social, a alta de voos, por consequência, acaba impactando toda a cadeia produtiva do turismo, como o comércio e a rede de hotéis, setores bem movimentados nas grandes estações.
Abdon Gosson, presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), avalia que os dados são para comemoração, mas não para tanto porque o período antes da pandemia não era o dos melhores. “Isso é uma notícia boa, porque vamos atingir esses números, mas naquela época o turismo não estava bem. Estávamos em um momento de crescimento e esperamos que ultrapasse rapidamente aqueles números antes da pandemia”, argumentou, Abdon.
O presidente ainda mostrou como o setor aéreo é de suma importância para a geração de empregos e rendas em outras atividades dentro da categoria. “Quando a cidade está cheia de turistas, não é só para o Rio Grande do Norte, e sim para a cadeia produtiva - que são 55 segmentos, 120 mil pessoas ligadas diretamente ao turismo. Falando de empregos indiretos e terceirizados são 250 mil pessoas”.
Voos para Mossoró
De acordo com informações do Boletim da Emprotur, o aeroporto de Mossoró, que foi reativado em março, com a volta da companhia aérea Azul Linhas Aéreas, segue a tendência e vai se beneficiando com a volta crescente do turismo regional. A média de agosto de 2021 é de 60-70 voos por mês para a capital do oeste, com a adição de 13% em aeronaves que chegam a Mossoró, levando em consideração o mês de agosto de 2019.
“Existe lá uma procura. Uma demanda de contra emissores. Muito mais associado a negócios. É um cenário melhor. Para se ter ideia, em março de 2021 teve 28 voos, mais que dobrou a quantidade de idas e passageiros”, relata, Leo Seabra.
Vislumbre
O Boletim de Inteligência da Emprotur mostra que o turismo, indústria que, historicamente mais gera emprego no Estado, passa por um aquecimento desde julho deste ano. Ao que tudo indica, o trimestre de dezembro (2021), janeiro e fevereiro, de 2022, será um dos melhores, chegando ao patamar da pré-pandemia, ocasionando mais ofertas de empregos para os mais variados segmentos do turismo.
Para se ter uma ideia, a média da ocupação hoteleira do Estado no mês de setembro deve ficar no patamar entre 55% e 60%, semelhante ao do mesmo período em 2019 (50%), segundo disse Abdon Gosson. “Vamos celebrar esse momento de crescimento constante, porém, só estará cem por cento recuperado no final de 2022, 2023 e, alguns setores, só em 2024, segundo o próprio Ministério do Turismo”, completou.