Desde o ano passado, o crescimento dos destinos nacionais já era tido como uma tendência nas viagens, principalmente depois que muitos países fecharam as fronteiras. Essa tendência já era detectada em muitas pesquisas: o novo viajante procurava destinos próximos de casa, num raio de aproximadamente 400 km, em viagens mais curtas (até quatro dias), de preferência de carro, e em meio à natureza, ao ar livre.
De olho nesse novo viajante, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) lançou o programa Minas para Minas, com a proposta de uma retomada gradual e segura das atividades turísticas no Estado, em consonância com as diretrizes do programa Minas Consciente.
Dados levantados pela empresa de monitoramento de mercado Hibou em junho — empresa de monitoramento de mercado e consumo — mostrava que 47% dos brasileiros pretendiam viajar nos próximos meses.e que 22,9% queriam conhecer melhor o próprio Estado.
Levantamento da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), realizado com seus 43 associados e em parceria com a consultoria Up Soluções, também mostrava que metade dos brasileiros (55%) queria conhecer um novo destino na região onde moravam e 59% pretendiam viajar para um destino de natureza próximo. Num momento de incerteza, 63% também disseram também que planejavam viajar a algum lugar que já conheciam.
Para Marina Figueiredo, vice-presidente da Braztoa, o turismo regional veio para ficar e cada vez mais se consolida como uma tendência. “A pandemia obrigou as pessoas a ‘olhar para dentro de casa’, e elas começaram a descobrir o entorno”, destaca a executiva. Monte Verde, por exemplo, reabriu para os eventos, promovendo seu festival gastronômico, e agora já se prepara para o Natal nas Montanhas.
Para Jeanine Pires – diretora da Pires Inteligência em Destinos e Eventos e da Matcher, empresa especializada em marketing de destinos, tendências em turismo e segmento de eventos –, a partir de agora, quando vai se observando uma estabilização com a vacinação, as tendências que se colocam são as viagens domésticas, em família, e também se iniciam as de negócios, com número menor de pessoas e seguindo protocolos.
Hotelaria em recuperação
Um dos setores mais impactados pela pandemia, a hotelaria mineira teve uma queda abrupta de 60% para 16% na ocupação no início da crise sanitária. Em junho, o segmento começou a sentir sinais de recuperação.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih-MG), o percentual de crescimento dos hotelaria em BH em junho e julho foi de 34,3 % e 48,3%, respectivamente.
Hotéis localizados na região Centro-Sul da cidade foram os primeiros a sentir a recuperação. Segundo Carolina Drumond, administradora do Hotel Savassi, de categoria econômica, o movimento começou a retornar em junho. “Nossa ocupação está hoje em torno de 70%”, afirma. Mas a diária média caiu de R$ 200 para R$ 170.
Malha aérea cresceu no Estado
A malha aérea doméstica registrou, neste mês, média diária de 1.793 partidas, o equivalente a 74,6% da oferta de voos antes da pandemia. É o quinto mês seguido de crescimento nesse indicador. A Latam, por exemplo, já recuperou 54% da sua oferta de assentos no Estado. Na Azul, a retomada da malha aérea foi de 85%.
“Esse resultado mostra a resiliência das companhias aéreas. Importante lembrar que a continuidade desse desempenho está vinculada à vacinação e ao não agravamento da pandemia”, afirma Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).