Preço das passagens aéreas cai até 28% com a chegada de nova companhia
A Itapemirim Transportes Aéreos (Ita) começou a vender passagens em maio. A diminuição de preço vai na contramão da tendência em um momento de retomada da economia e de possível aceleração dos valores
O preço das passagens aéreas das companhias Azul, Gol e Latam caíram até 28% em algumas rotas que a empresa Itapemirim Transportes Aéreos (Ita) começou a operar, conforme um estudo do buscador de voos Viajala. A nova companhia começou a vender passagens em maio. A diminuição vai na contramão da tendência em um momento de retomada da economia e de possível aceleração dos valores.
O levantamento analisou quatro rotas, buscadas entre 15 de junho e 15 de julho: de São Paulo a Rio de Janeiro, Porto Alegre a São Paulo, Brasília a São Paulo e Belo Horizonte a Porto Seguro. A Gol apresentou redução de preço de até 28% em três das quatro rotas analisadas. Já a Azul mostrou valores até 17% mais baixos também em três das quatro rotas e a Latam, queda de 9% em uma das quatro rotas.
É possível que as diminuições tenham relação com a chegada da Ita, afirma Josian Chevallier, vice-presidente de vendas e cofundador do buscador. "Não podemos afirmar com certeza, já que muitos são os fatores que influenciam no preço das passagens aéreas, mas tem sentido que o preço de uma rota específica fique mais competitivo quando mais companhias passam a operá-la", diz.
Sem a nova empresa, as mesmas rotas tiveram aceleração de valores de até 137% entre a segunda quinzena de maio e a primeira de junho, em comparação ao mesmo período de 2020. "Os preços vinham em uma tendência de alta e tiveram essa queda no valor médio justo no momento em que a vacinação mais avançou", aponta o executivo.
Desde a quebra da Avianca, no começo de 2019, até o lançamento da Ita, em junho deste ano, o Brasil ficou com apenas três companhias aéreas nacionais. A redução da competitividade causou um aumento quase instantâneo no preço médio das passagens, de acordo com o Viajala. Na época, o buscador mostrou que 85% das rotas apresentaram elevação de valor médio assim que a quebra da Avianca foi anunciada.
As passagens nas rotas analisadas ficaram de 11% a 218% mais caras. Em 22% dos casos, o preço mais do que dobrou. "Os preços das passagens aéreas caíram muito durante a pandemia, mas devem subir consistentemente nesses meses de retomada. Mais competitividade no mercado nacional de voos é uma esperança de viagens mais baratas quando tudo isso passar", afirma Chevallier.