ECONOMIA Emirates vê oportunidades no Brasil além de São Paulo
As companhias aéreas da Emirates querem voar para novas regiões do Brasil novamente em breve. É o que afirma o diretor-gerente da empresa dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, Stephane Perard.
“No momento, estamos focando mais em São Paulo, mas em breve iremos focar em outras regiões novamente. O Brasil é enorme e as oportunidades são muitas ”, disse o executivo nesta segunda-feira (19), durante a Conferência Internacional das Américas, Ásia e Oceania. O evento tem apoio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira (ABCC) e vai até sexta-feira (23).
Para Perard, São Paulo e o Brasil como um todo são mercados muito estratégicos. “As parcerias são um dos pilares essenciais da empresa no Brasil. Em 2006 fizemos uma parceria com a Gol ”, ilustrou, sobre o que pode ser um dos caminhos a seguir para avançar no mercado nacional.
O executivo destacou a demanda brasileira por Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, mesmo durante a pandemia. “Quando o Reino Unido começou a campanha de vacinação, acho que deu a todos uma elevação. E vimos o mercado brasileiro responder rapidamente, durante as férias de final de ano ”, detalhou ele sobre a retomada que a empresa viu ocorrer no final de 2020.
O executivo afirmou que a empresa já tem um plano bastante agressivo para fortalecer sua plataforma em São Paulo desde antes da pandemia. Os planos foram adiados, mas o interesse dos brasileiros pelo Oriente Médio e o início da Expo 2020 podem dar novo fôlego ao movimento.
O presidente da ABCC, Osmar Chohfi, também participou da sessão e se mostrou otimista com o cenário para o futuro próximo. “O avanço da vacinação deve aumentar as exportações do Brasil para os árabes e deles para o Brasil”, afirmou sobre a perspectiva de que a balança comercial seria beneficiada pela demanda dos árabes por alimentos e pela necessidade do Brasil de combustíveis como o petróleo.
Para manter esse mercado aquecido, a diretora comercial da H2R Advanced Research, Alessandra Frisso, destacou as tendências de consumo dos árabes durante a conferência. Para ela, a crescente modernização do bloco deve dar destaque às mulheres e aos jovens. “O papel da mulher nas comunidades árabes é poderoso, e os jovens se envolveram, foram além das fronteiras e têm acesso a todas as mídias sociais”, destacou, lembrando que as escolhas desses dois grupos se refletirão em produtos com rastreabilidade e sustentabilidade.
Na sessão de cultura, Silvia Antibas, diretora cultural da ABCC, falou sobre o legado que a comunidade árabe produz no Brasil. O diretor lembrou que há participação árabe, até em ritmos brasileiros reconhecidos como o samba. “É verdade que [a influência foi] por meio dos escravos africanos do Mali, que eram muçulmanos. Eles foram educados, alfabetizados e moravam na Bahia. Depois da revolta do Malê, muitos fugiram e se refugiaram nas colinas do Rio de Janeiro ”, explica. Segundo ela, é possível encontrar no samba carioca elementos como instrumentos de percussão de origem árabe.