As dores da mulher moderna vão além do físico e emocional
Se conciliar trabalho fora, tarefas de casa, filhos e atenção para toda a família já era difícil antes da pandemia da Covid-19, depois que o confinamento se fez necessário, levar o trabalho para dentro de casa e administrar educação escolar e todas as outras atividades parece que ficou ainda mais difícil. Parece não, ficou! Não é porque as mulheres vêm ganhando cada vez mais espaço nas pautas editoriais de jornais, revistas e TVs, mas não há como negar que o papel, embora mais independente, empoderado ao longo dos anos, se tornou ainda mais desafiador.
Se você é mulher e lê esse texto vai se identificar na mesma hora. Sua rotina começa cedo. Mesmo que seus filhos não estudem na parte da manhã, há atividades extracurriculares que eles desempenham que você, como mãe, quer oferecer, sejam eles pequenos, adolescentes ou já adultos, quase formados. Ao mesmo tempo, não abre mão de pensar no cardápio do dia. Tem aquele tempinho livre que precisa separar para você, seja para uma meditação, um exercício, uma leitura que dê prazer. Tudo isso seguido do home office, das pausas para o auxílio no homescholling.
As dores da mulher moderna vão além das cólicas, dores de cabeça e enxaquecas. Elas repercutem na saúde, no psicológico e no físico, chamando atenção e despertando em um alerta necessário. É possível equilibrar esses pratinhos, de forma que nenhum deles caia, sem provocar rachaduras, arranhões?
A psicóloga Fernanda Andrade afirma que não. Mãe de duas crianças, ela se encaixa perfeitamente no perfil dessa matéria, e fala aqui como profissional e também mulher. “A gente ainda está caminhando para uma cultura em que o homem vem puxando para si mais essa responsabilidade da casa e dos filhos, mas a carga mental para as mulheres é constante. Não tem como equilibrar tudo. De modo geral, a mulher está sobrecarregada, está estressada, ansiosa e isso se reflete no corpo com alergias, dores musculares por conta desse emocional sobrecarregado”, explica ela.
A entrevista, inclusive, foi dada ao som da filha mais velha chorando ao fundo e Fernanda tentado administrar as tarefas de casa, a atenção à jornalista e os cuidados com a filha.
A psicóloga sugere às pacientes que procurem tirar pelo menos um tempo na semana para si para fazerem o que gostam. É um ótimo refúgio, segundo ela.