Avianca sofre críticas por taxar emissão via GDSs com criação do NDC
A Avianca Colômbia anunciou recentemente a criação de uma plataforma própria de NDC (New Distribution Capabilities) e, como consequência, passará, a partir de agosto, a cobrar uma taxa por cada reserva feita por meio dos GDSs. Segundo a companhia aérea, o valor da taxa adicional via GDS ainda não foi definido, mas pode ser que gire em torno de 20% do valor do tíquete. A decisão causou indignação da Anato, entidade colombiana equivalente à nossa Abav Nacional. As informações são do La Agencia de Viajes/Ladevi.
"Consideramos que os custos de tecnologia para comercialização do conteúdo da Avianca devem vir inseridos no valor do tíquete, sem repassar essa carga a seus principais aliados na comercialização, que são as agências de viagens", expressou, por meio de carta, Paula Cortés Calle, presidente executiva da Anato.
De acordo com a entidade, a decisão da Avianca acarretaria no descumprimento da obrigação de garantir a transparência no mercado e a igualdade de condições na venda de passagens. Além disso, a cobrança reduziria a comparação de opções de serviço e não incentivaria o uso dos sistemas de reservas tradicionais, colocando em desvantagem as agências de viagens no mercado.
A Anato reitera que o problema com o NDC não é a tecnologia em si, até porque o NDC abre um leque maior de vendas de produtos auxiliares, mas sim que muitas companhias aéreas estão o utilizando em plataformas únicas e exclusivas, que os agentes não encontram em outros locais.
RESPOSTA DA AVIANCA
O presidente e CEO da Avianca, Adrián Neuhauser, respondeu à Anato. Ele discorda que o sistema tarifário anunciado impeça as agências a comparar as opções disponíveis ao consumidor. "Pelo contrário, dado que as agências terão acesso a todos os canais de distribuição da Avianca, poderão continuar comparando as opções disponíveis em cada canal como parte do valor agregado que oferecem aos passageiros, com o benefício adicional de poder oferecer agora opções com tarifas mais econômicas, que não prejudicam o consumidor com ineficiências de canais mais custosos como os GDSs", afirmou o mandatário.
Neuhauser ainda disse que ficou surpreso com a manifestação da Anato de que a nova estrutura da Avianca implicaria em descumprimento das regras de transparência de mercado. Para ele, esta afirmação carece de argumentos. "As novas alternativas de distribuição buscam transferir eficiências de maneira transparente aos passageiros e permitir que as agências tenham acesso a todas as tarifas disponíveis da Avianca nas mesmas condições que as oferecidas em nossos canais diretos", afirma.
Finalmente a Avianca destaca que desconhece os incentivos e a relação que as agências de viagens têm com os GDSs, mas espera que as melhores soluções possam ser encontradas a fim de atender os interesses das duas partes, sem afetar os passageiros.