Empresas aéreas pisam no freio e malha de março recua para a metade do nível pré-crise
Depois de comemorar em janeiro a retomada de 75% do volume de voos em em relação a era pré-pandemia, a malha aérea de voos domésticos recuou para 52,4% em março — com o agravamento da crise sanitária acendendo um sinal de alerta na cabine de comando das companhias aéreas.
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), obtidos pela coluna, o quadro hoje é de uma média de 1.258 voos por dia, 30% a menos do que no pico da retomada em janeiro. Em relação a fevereiro, o recuo em março foi de 14,3%
Fevereiro já tinha sido um mês fraco, com uma operação equivalente a 61,2% da malha pré-crise.
Com a demora no programa de vacinação, o cenário para o mês de abril é de um mergulho ainda maior.
— As empresas estão se virando sem auxílio do governo. A saída para a retomada é vacina, vacina e vacina — diz Jorge Leal Medeiros, professor de transporte aéreo da USP. — Nos EUA, onde as empresas aéreas receberam ajuda financeira do governo, a velocidade do programa de vacinação do presidente Joe Biden já começa a ter impacto, com as empresas reportando que estão reduzindo a queima de caixa — completa.
Desde fevereiro, as companhias aéreas estão refazendo os planejamentos de malha e eliminando frequências. A Azul, que era a companhia mais agressiva nos planos de retomada, cortou 50 voos na sua malha diária prevista para março e abril, voltando ao patamar de 600 voos.
A Latam regressou ao nível de 35% do volume de voos praticados antes da pandemia. A Gol, que já tinha encolhido a oferta de fevereiro em 36% em relação a janeiro, convocou todos os passageiros com voos para abril para confirmarem suas reservas — e poderá fazer o mesmo com quem tem voos até o fim deste mês