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Domingo, 24 de Novembro de 2024

Parlamento europeu reduz salário de Marine Le Pen pela metade após desvios

01/02/2017

Depois de François Fillon, um outro candidato à Presidência francesa, Marine Le Pen, encontra-se a contas com a justiça. Neste caso é o Parlamento Europeu (PE) que exige à líder da Frente Nacional (FN) a devolução de cerca de 300 mil euros, alegadamente pagos à sua amiga e secretária Catherine Griset na qualidade de assistente parlamentar em Estrasburgo, quando o seu trabalho foi essencialmente desenvolvido no partido nacionalista francês, em Paris, entre o final de 2010 e Fevereiro de 2016.

O PE deu mesmo um prazo a Le Pen para a regularização da situação, que terminou à meia-noite desta terça-feira, findo o qual a instância comunitária começaria a descontar essa verba no salário e nos subsídios da eurodeputada francesa. Mas a líder nacionalista recusou-se a acatar essa exigência, e recorreu para o tribunal.

“Não me vou submeter à perseguição, a uma decisão unilateral tomada por opositores políticos com esta execução provisória que viola o estado de direito, os direitos de defesa, sem provas e sem esperar pelo julgamento da acção judicial que interpus sobre o assunto”, disse Marine Le Pen, terça-feira, à agência Reuters, justificando assim a sua decisão.

Por intermédio do seu advogado, Marcel Ceccaldi, a líder da FN apresentou queixa no Tribunal de Bruxelas contra a directora do Serviço Europeu de Luta Antifraude (Olaf) e contra o secretário-geral do PE, Klaus Well, e acusou ambas as instâncias de “conluio” e perseguição.

Segundo o jornal Le Figaro, fontes da FN vêem também neste processo um acto de “vingança” política instigada ainda pelo o alemão Martin Schultz, ex-presidente socialista do PE e actualmente na corrida para a sucessão de Angela Merkel nas eleições alemãs.

Le Monde refere que, em paralelo com a exigência da devolução dos salários pagos a Catherine Griset, o PE moveu também uma acção tendente a recuperar perto de 40 mil euros pagos em 2011 a Thierry Légier, alegado assistente parlamentar de Le Pen, mas que, na prática, é o seu guarda-costas particular. Essa verba terá de ser reembolsada até ao próximo dia 28 de Fevereiro.