As donas de casas Maria de Lourdes Marcionila, 70 anos, e Erycka Cristina de Melo Souza, 34, não se conheciam, mas tinham em comum o fato de estarem em busca de uma cirurgia para tratar um problema de saúde. As duas passaram pelo procedimento na segunda-feira, no Hospital da Mulher do Recife (HMR), no Curado. Maria de Lourdes fez uma suspensão de útero e Erycka retirou 28 miomas do órgão. Ambas deverão ter alta nesta semana. 
Elas estão entre as 1.093 pacientes operadas na unidade hospitalar que hoje completa seis meses de funcionamento. Inaugurado em 10 de maio passado, o HMR atendeu até agora 141.976 mulheres e pretende chegar a 100% de sua capacidade até o próximo ano, quando passarão a ser realizados procedimentos com pacientes de alto risco e e funcionará a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Maria de Lourdes e Erycka revelaram que dois meses após o primeiro atendimento conseguiram fazer as cirurgias. Antes de serem acolhidas no HMR, elas esperavam pelos procedimentos há um ano, “Esperei tanto no outro hospital que precisei refazer todos os exames”, comentou Maria de Lourdes, que reside em Três Carneiros. Ericka, moradora do Brejo da Guabiraba, Zona Norte do Recife, contou que já estava angustiada porque não conseguia a operação. “Minha situação só piorava. A barriga cresceu bastante e eu sofria de sangramento e cólicas horríveis”, lembrou. As duas pacientes foram encaminhadas pelo sistema de regulação e tiveram a cirurgia agendada no HMR, unidade da Prefeitura do Recife que está sob gestão do Hospital de Câncer de Pernambuco. 
Após o primeiro semestre de funcionamento, o HMR comemora também o atendimento de 40.181 mulheres no ambulatório, 95.360 exames realizados e 5.089 atendimentos emergenciais. “O hospital nasceu da necessidade da rede, além da luta da mulher recifense pelo direito à saúde. Os equipamentos de ponta que estão lá, aliados à equipe de profissionais qualificados, colocam o HMR como uma das unidades mais importantes do país. O Hospital da Mulher é hoje o padrão de excelência e humanização que queremos para o atendimento de toda a população do Recife no futuro”, declarou o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. “Além de atender as expectativas, o hospital vem se consolidando como referência na qualidade dos serviços e na humanização do atendimento”, disse a diretora, a médica ginecologista obstetra Isabela Coutinho. 
Nesses seis meses de funcionamento, o hospital fez 1.134 partos, dos quais 320 foram cesarianas, o equivalente a 25%. “A preconização da Organização Mundial de Saúde é de um índice de 15%, mas estamos trabalhando para chegar a esse percentual. O importante é que aqui damos a oportunidade para as mulheres se empoderarem do direito de decidir a forma como querem ter seus filhos. Se for necessário uma cirurgia, ela poderá fazer da melhor forma possível”, garantiu. 
Foi o que aconteceu com a dona de casa Marcela Francisco do Nascimento, 25, que deu à luz ontem o seu segundo filho, primeiro por parto normal. Acompanhada pelo marido, o eletricista Henrique França, 25, a jovem deu à luz às 7h e às 9h50, já estava apta a participar desta reportagem. “Foi tudo tranquilo. O bebê está ótimo e mamando muito”, falou a mãe, que há nove anos teve seu primogênito numa cesárea por causa de uma hipertensão descontrolada.