Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Sábado, 04 de Maio de 2024

Viracopos fica em 3º em acessibilidade

03/04/2013

 

O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, foi considerado o terceiro melhor em condições de acessibilidade entre os principais terminais aéreos do País.

Os dados foram apresentados na dissertação de mestrado da aluna da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP), Lígia Gesteira Coelho, que elaborou o levantamento em 2011 com o objetivo de apontar os aspectos a serem melhorados em cada um deles.

No índice global de acessibilidade, Viracopos obtém nota 0,579, ficando atrás de Congonhas (0,598), em São Paulo, e do Santos Dumont (0,629), no Rio de Janeiro, que teve a melhor colocação.

O estudo também foi aplicado nos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, no Galeão, no Rio de Janeiro, e no Juscelino Kubitschek, em Brasília.

Vários grupos de usuários foram considerados na pesquisa, entre eles deficientes visuais, cadeirantes, estrangeiros, gestantes, idosos e passageiros com ou sem bagagens.

Lígia avaliou desde a quantidade de vagas no estacionamento, a distância percorrida até o terminal de passageiros, a cobertura do ponto de ônibus, até o número de linhas que atendem o aeroporto, a qualidade da calçada e o atendimento em inglês aos usuários.

O cenário encontrado, segundo a pesquisadora, não foi nada bom. “De modo geral, nenhum dos aeroportos estudados obteve pontuações altas, mostrando que ainda há muitos aspectos que devem ser melhorados para a acessibilidade e conforto de diversos tipos de passageiros”, defende em sua tese.

No quesito quantidade de vagas no estacionamento, Viracopos está com a melhor colocação, com nota 1,0, e na outra ponta está o aeroporto de Brasília, com 0,19. O índice varia de zero a um. “O estacionamento de veículos em um aeroporto deve atender a demanda de passageiros, acompanhantes e visitantes”, ressalta.

Em relação a cobertura do ponto de ônibus, Viracopos recebeu nota zero para ônibus regular e nota 1,0 para ônibus especial. Em relação ao número de linhas que atendem ao aeroporto, Viracopos ficou com uma das piores notas (0,21). No período avaliado, foram verificadas apenas seis linhas de ônibus que atendem ao terminal. Em Congonhas, que recebeu a melhor pontuação, foram identificadas 29 linhas de ônibus. Para os estrangeiros, o levantamento apontou falhas no atendimento em inglês nos serviços de táxi e de locadora de veículos em Campinas e Congonhas.

No interior do aeroporto de Viracopos os usuários não apontaram problemas em relação a acessibilidade. “É fácil o deslocamento e há cadeiras de rodas para serem usadas não só por cadeirantes, mas por pessoas idosas como a minha mãe, que não pode andar muito”, conta a massoterapeuta Sabrina Costa, mãe de Júlia Costa. Do lado de fora, as pessoas com necessidades especiais enfrentam dificuldades para o desembarque, principalmente devido ao desrespeito às placas de sinalização.

Em poucos instantes a reportagem flagrou pelo menos três motoristas parando no local sem transportar pessoas com qualquer tipo de deficiência. Uma dessas pessoas foi o taxista Erasmo Carlos de Souza. Ele contou que costuma parar no local para desembarcar seus passageiros, mesmo aqueles que não têm algum tipo de deficiência. “O problema é que aqui não tem espaço suficiente para o desembarque”, afirmou.

Outro lado

A Concessionária Aeroportos Brasil ressaltou que passou a administrar o terminal após o levantamento e que desde agosto de 2012 está investindo R$ 69 milhões em melhorias.

Entre as ações estão reforma e construção de novos banheiros adaptados para o acesso de pessoas com deficiência; guias rebaixadas nas vias de acesso ao terminal e dos bolsões de estacionamento; ponto de embarque e desembarque para pessoas com deficiência no terminal; 140 vagas reservadas (idosos e deficientes físicos) próximas aos acessos do terminal; cadeiras de rodas em complemento às cadeiras das empresas aéreas; piso tátil; balcões de check-in rebaixados; telefones para deficientes auditivos; elevadores; canais de inspeção especiais para quem não pode passar no detector de metais; e treinamento para que os funcionários atendam da melhor maneira quem precisa de ajuda.

Índice Global de Acessibilidade:

 

 

Santos Dumont 0,629

Congonhas 0,598

Viracopos 0,579

Galeão 0,515

Brasília 0,472

Guarulhos 0,469