Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo
Quarta, 01 de Maio de 2024

Passageiro espera até 2 horas por mala em aeroporto de Cumbica (SP)

20/08/2012

 

As bagagens no maior aeroporto do país levam até 39 minutos para chegar em voos domésticos e duas horas nos internacionais, bem acima do padrão estabelecido para esse tipo de serviço.
 
Os dados, inéditos, são de um monitoramento feito pela Infraero em Cumbica (Guarulhos), obtido pela Folha via Lei de Acesso à Informação.
 
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O diagnóstico revela: nos voos dentro do país, a Avianca é a mais rápida (25 minutos) e a TAM, a mais lenta (30 minutos). Nos internacionais, o melhor serviço é da Delta (35 minutos) e o pior, da mesma Avianca (51 minutos).
 
A medição se deu entre a parada do avião e a chegada da última mala à esteira, em 4.000 voos monitorados.
 
A comparação dos voos domésticos é entre novembro de 2011 e junho. Nos internacionais, entre março e junho.
 
O padrão internacional prevê que a última mala do passageiro chegue em até 25 minutos nos voos domésticos e 40 nos internacionais. Ele vale para terminais tops do mundo, como Incheon (Seul).
 
Em Cumbica, quase ninguém atingiu esse índice. Os picos de demora foram de Webjet (39 min) e Iberia (117 min). O tempo irrita os passageiros, como o administrador Gabriel Prado, 37, para quem a situação nos outros aeroportos do país é ainda pior.
 
 
CULPA DIVIDIDA
 
A mala demora por responsabilidade da Infraero e das empresas aéreas. Reservadamente, um culpa ao outro.
 
O primeiro motivo é a infraestrutura: as esteiras em Cumbica são ultrapassadas (datam da inauguração, em 1985), e falta espaço para os carrinhos que trazem as bagagens dos aviões pararem.
 
É comum ainda um avião parar longe das pontes de embarque, o que eleva a espera.
 
A outra parcela é das empresas. A retirada de malas dos aviões é quase toda terceirizada. Por economia, há quem ponha menos gente. As empresas negam.
 
"Os dois lados têm razão. Só que a Infraero é até privilegiada pela desorganização de algumas companhias. Se todo mundo entrar no eixo, a infraestrutura não suporta", disse, sob anonimato, o dirigente de uma empresa.
 
Em relatório de junho, o Tribunal de Contas da União propôs à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que disciplinasse a devolução de bagagens, questão que considerou "grave". A Anac ainda não se pronunciou.
 
A Secretaria de Aviação Civil diz que, em Cumbica, o tema será objeto de acordo entre a Concessionária Aeroporto Internacional de Guarulhos, que irá gerir o aeroporto, e as empresas aéreas.